São José
de Anchieta
Badaladas de sinos, às 9h, em todas as igrejas do país marcam a canonização
do beato José de Anchieta, realizada hoje, 03/04, às 12h (7h, horário de Brasília),
pelo papa Francisco que publicou o decreto que o proclama santo.
Na Capital de São Paulo, os sinos serão badalados às 14h
por pelo menos cinco minutos.
Cada paróquia terá a liberdade de celebrar do seu jeito, da
forma que achar mais bonito. Essa canonização será celebrada no Brasil inteiro,
especialmente onde ele viveu.
Anchieta atuou na fundação
do Pateo do Collegio, considerado o ponto onde a cidade de São Paulo teve início.
Ele será o terceiro santo brasileiro, junto a frei Galvão e
madre Paulina.
No domingo, 06/04, uma procissão vai sair do Pateo do Collegio às 10h15 em
direção à Catedral da Sé na região central de SP, onde será realizada uma
missa, às 11h, para celebrar a canonização.
Segundo a Arquidiocese de São Paulo, o processo de
santificação do padre José de Anchieta será realizado em uma audiência privada
entre o papa Francisco e o cardeal Ângelo Amato, prefeito da Congregação para a
Causa dos Santos no Vaticano.
São José de Anchieta.
Esse é o nome de santo do padre jesuíta
espanhol, a partir de hoje, quando será canonizado pelo papa Francisco, no Vaticano.
O novo santo ganhou também uma oração.
O padre espanhol é chamado na prece de “poeta
da Virgem Maria”. Por meio da oração, os fiéis devem pedir a mesma
disponibilidade que Anchieta teve para servir a Jesus e “cuidar dos mais pobres
e necessitados”.
São 417 anos de espera para que o padre José de Anchieta
seja finalmente declarado santo. O reconhecimento colocará fim a um dos mais
longos processos de canonização da história, que começou em 1597, ano de sua morte.
Para assinar o decreto que o transformará em santo, o papa Francisco vai abrir
mão da comprovação dos milagres. Tradicionalmente, são necessários pelo menos
dois milagres para que alguém seja declarado santo. Uma para a beatificação,
outro para a canonização.
Importância de José de Anchieta-
- Atuou na catequização dos índios a partir do século 16 e traduziu
a gramática para o tupi. Também usou o teatro e a dança no processo de
catequese.
- Atuou na fundação do Pateo do
Collegio.
- Contribuiu para a fundação do Rio de Janeiro.
Milagres que ocorreram no século 16 e que obstáculos como a
falta de exames médicos na época dificultaram a comprovação dos feitos, já que
para os milagres serem reconhecidos, é preciso provar que não existe explicação
científica.
1)
Recuperação de um índio que estava doente havia cinco anos.
2)
Cura de menina que nasceu sem um dos ossos do pé, após orações
da mãe.
Nascido nas Ilhas Canárias, arquipélago que pertence à
Espanha, Anchieta ingressou aos 17 anos na Companhia de Jesus, congregação
religiosa fundada no século 16 e que ficou responsável pelo processo de
evangelização da América Latina.
Os integrantes da instituição, que existe até hoje, são
chamados de jesuítas – o Papa Francisco é o primeiro deles a ser eleito como
líder da Igreja Católica, em 2013.
Segundo a coordenadora do Museu Anchieta, no Pateo do Collegio, em São Paulo, Anchieta
chegou ao Brasil com 19 anos, ansioso para trabalhar com os indígenas. Em 1554,
participou da fundação de São Paulo.
Aprendeu a língua nativa, o tupi, e com a ajuda de curumins
(crianças índias), que exerceram o papel de tradutores, escreveu o livro “Arte
de grammatica da lingoa mais usada na costa do Brasil”, que ajudava outros
religiosos a entender a língua indígena durante o processo de catequização do
Brasil-Colônia.
Ao longo de sua vida ficou conhecido pela característica de
conciliador. Teve papel fundamental durante o conflito entre os índios Tamoios
(ou tupinambás) e os tupiniquins, denominado Confederação dos Tamoios, que ocorreu
entre 1563 e 1564.
Na época, os Tamoios, apoiados pelos franceses, se
rebelaram contra os tupiniquins, que recebiam suporte dos portugueses. Para
apaziguar os ânimos, Anchieta se ofereceu para ficar de refém com os tamoios na
aldeia de Iperoig, enquanto outro jesuíta, o padre Manoel da Nóbrega, seguiu
para o litoral de São Paulo para negociar a paz.
Enquanto esteve “preso”, sua devoção à Virgem Maria o fez
escrever na areia a obra “Poema à Virgem”, com quase 5 mil versos. A imagem
deste momento foi retratada séculos depois pelo artista Benedito Calixto, no
quadro que leva o mesmo nome da obra literária e que está exposto atualmente no
Museu Anchieta.
Anos depois, foi nomeado Provincial do Brasil da Companhia
de Jesus, responsável por todas as missões jesuítas do Brasil. Visitou várias
regiões até morrer em 1597, aos 63 anos.
Processo longo de canonização-
O jesuíta foi beatificado por João Paulo II em 1980, na
primeira etapa antes de se tornar santo. O pedido para que isso ocorresse, no
entanto, foi feito ainda no século 16. Mudanças no Código Canônico e conflitos
que acabaram com a expulsão dos jesuítas do Brasil, em 1759, atrasaram o
processo.
A proclamação do jesuíta espanhol como santo ocorreu por
suas ações que, segundo ele, "comprovaram que sua vida foi cheia de
milagres".
Comemoração
Para celebrar a canonização do santo, a Igreja Católica no
Brasil prepara diversas festividades. Em Anchieta, no Espírito Santo, cidade
que foi fundada pelo jesuíta em 1565, inicialmente como Aldeia de Reritiba, uma
programação especial com missa solene e concerto musical deve marcar o dia.
Em São Paulo, a Arquidiocese
recomendou que todas as igrejas da cidade toquem os sinos por cinco minutos às
14h. Haverá ainda duas missas, uma na Catedral da Sé, às 18h, e outra no Pateo do Collegio, às 19h30. No
domingo (6), uma procissão pelas ruas da capital paulista seguida de missa deve
encerrar as festividades.
Oração
a São José de Anchieta
São José de Anchieta, apóstolo do Brasil,
Poeta da Virgem Maria, intercede por nós,
hoje e sempre.
Daí-nos a disponibilidade de servir a Jesus
Como tu o serviste nos mais pobres e
necessitados.
Protege-nos de todos os males do corpo e da
alma.
E, se for da vontade de Deus, alcança-nos a
graça que agora te pedimos.
(Pedir a graça)
São José de Anchieta, rogai por nós!
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