A Festa do Divino Espírito Santo é uma
das mais antigas e difundidas tradições do catolicismo brasileiro.
A origem dos festejos está ligada a data do Pentecostes,
celebrado cinquenta dias depois da Páscoa, é portanto uma
data móvel que nesse ano de 2019 será festejada no dia 10
de junho.
Para o calendário dos hebreus, a data marcava
o fim das colheitas do trigo e o momento de festejar e agradecer
pelas boas safras. Segundo a crença católica essa mesma data marca
o dia em que o Espírito Santo teria se manifestado nos apóstolos,
que passaram a pregar a palavra divina em diversos idiomas
diferentes.
Em Portugal, a Festa do Divino foi instituída,
sob a influência de costumes pagãos, pela Rainha D. Isabel,
canonizada em 1625 como Santa Isabel de Portugal. Conta-se que a
rainha determinou que, durante a festa, fosse coroado rei um menino,
alimentos fossem distribuídos entre os mais humildes e que alguns
presos fossem soltos. Tudo isso porque o Divino iria imperar e a
terra viveria em fartura e perdão. A festa simbolizava,
desta forma, o começo de uma nova era marcada pela prosperidade,
bondade, igualdade, fraternidade e valores cristãos.
A Festa foi trazida ao Brasil pelos
portugueses e aqui, apesar do viés religioso, com procissões,
novenas e missas, adquiriu características folclóricas e
locais, sendo geralmente comemorada entre maio e junho com tradições
próprias e ampla participação popular. É celebrada de norte a
sul do país e as mais conhecidas são as das cidades de Pirinópolis
(GO), Mogi das Cruzes e São Luiz do Paraitinga (SP), São João
del-Rei e Diamantna (MG), Poções (BA), São Luís e Alcântara (MA)
e São Lourenço do Sul (RS).
Alguns elementos marcantes dos festejos são:
Imperador ou Festeiro -
pessoa escolhida para organizar, estruturar e divulgar a festa.
As alvoradas e passeatas -
cortejos pela cidade e visitas às casas; fogos de artifício pela
manhã.
Folia do Divino- grupo
de devotos que, em cantoria, passam nas casas dos habitantes
recolhendo oferendas e todo tipo de ajuda para a realização da
Festa do Divino.
A entrada dos palmitos -
enorme cortejo que representa a chegada dos habitantes da zona rural
ao centro da cidade para participar da Festa do Divino.
Quermesse -
barracas com comidas e bebidas típicas e apresentações de grupos
folclóricos e musicais.
Levantamento de mastro -
cerimônia em que um grupo de homens levanta um tronco de árvore,
simbolizando a força masculina.
Grupos de marujada, congada e
moçambique- danças e cantorias folclóricas vindas
da cultura afro-brasileira.
Cavalhada -
encenação de batalhas medievais entre mouros e cristãos.
Mascarados- personagens
típicos das cavalhadas, saem pelas ruas a pé ou a cavalo. Conta-se
que, antigamente, os mascarados eram escravos que participavam da
festa e saíam com máscaras para não serem reconhecidos.
O rico simbolismo da Festa do Divino é
expresso através de objetos de liturgia, vestimentas, ornamentos e
adereços. O pombo, representado quase sempre no topo de um mastro
e às vezes envolto em uma coroa onde são amarradas as fitas com as
promessas dos devotos, simboliza o Espírito Santo, elemento central
da Festa. O vermelho da bandeira remete ao fogo, forma pela qual o
Espírito Santo se manifestou aos apóstolos.
Fiéis recorrem ao Espírito Santo com pedidos
e promessas, em busca dos mesmos milagres solicitados
aos santos da igreja católica. O Divino Espírito Santo
não é santo, mas uma força representada pela pomba branca que
anuncia um novo tempo por meio da propagação de sete dons:
fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade e
temor a Deus.
Daqui a pouquinho será publicado o post com 10º dia da Trezena de Santo Antônio, esperamos por vocês leitores(as)!
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