São
Cipriano
16
de setembro
São
Cipriano, que se chamava Tascius Caecilius Cyprianus, nasceu em
Antióquia, cidade conhecida por seus hábitos de devassidão e
depravação, onde os cultos aos deuses pagãos era religião
oficial e os mais populares estavam associados as deusas do amor e da
fertilidade, o que explica a libertinagem local.
Neste
ambiente social, religioso e cultural nasceu Cipriano, em 250 D.C.,
filho de ricos pais pagãos que cedo o entregaram ao sacerdócio dos
deuses.
Assim
Cipriano entrou em contato com as ciências ocultas e iniciou seus
estudos de feitiçaria, rituais de sacrifício, invocações de
espíritos, astrologia, adivinhações e misticismo, tornado-se
conhecido pelo epíteto de “O Feiticeiro”.
Com
grande fama e tendo seu nome reconhecido como poderoso feiticeiro,
capaz de grandes prodígios, esteve também no Egito e na
Grécia angariando mais conhecimentos com inúmeros mestres e
sacerdotes místicos, estudando as mais ancestrais técnicas
astrológicas e a numerologia hebraica.
Por
volta dos 30 anos, estava na Babilônia quando conheceu a bruxa
Évora. Estudando com ela desenvolveu sua capacidade premonitória e
a arte da bruxaria segunda as tradições místicas dos caldeus.
Com
o falecimento de Évora, herdou seus manuscritos esotéricos, dos
quais aprimorou sua sabedoria oculta e passou a dominar a arte e a
ciência da magia negra.
Com
mais esse poder, sua fama só fez aumentar e a medida em
que produzia grandes feitos, vinha pessoas de todos os quadrantes
geográficos procurarem por seus serviços místicos, tornando seus
ganhos materiais de enorme grandeza.
Autor
de diversas obras e tratados, era já um feiticeiro respeitado,
reputado e temido, quando foi contatado por um rapaz chamado Aglaide
que, apaixonado por uma donzela cristã de nome Justina, desejava com
ela se casar. Entretanto a moça que professava fé cristã, havia
feito voto de virgindade, recusando assim o pedido de casamento.
Aglaide
encomenda os serviços de Cipriano que usou toda a extensão de sua
bruxaria para fazer com que Justina caísse em tentação e
renunciasse sua fé.
Fez
uso de diversos trabalhos malignos e nenhum deles surtiu efeito para
espanto de Cipriano.
Todos
os feitiços eram repelidos pela jovem apenas com o sinal da cruz,
suas orações e a invocação do nome da Virgem Maria.
Acostumado
com o sucesso, Cipriano dia após dia investia grande
quantidade de feitiços infernais contra Justina. Nada resultou.
Desiludido
com suas artes místicas que sempre haviam funcionado perfeita, forte
e infalivelmente, viu-se derrotado por uma simples menina cuja única
arma que possuía era sua fé em Cristo.
Observando
o poder da fé de Justina, Cipriano converteu-se ao
Cristianismo.
Destruiu
todas as suas obras esotéricas e tratados de magia negra e
distribuiu todos seus bens materiais e riqueza aos pobres.
Depois
de se converter, Cipriano foi fortemente atormentado por espíritos
maléficos que o perseguiam, mas ele, com fé, afastou de si
tais aparições que pretendiam reconduzi-lo aos caminhos da
feitiçaria.
A
fama de Cipriano era contudo grande e as notícias de sua conversão
ao Cristianismo chegaram à corte do imperador Diocleciano,
implacável perseguidor de cristãos.
Cipriano
e Justina foram aprisionados e como se recusaram a negar a fé
em Cristo, foram açoitados. Diante de nova negativa em renunciarem
sua fé são condenados à morte, sendo decapitados em 16 de setembro
de 304 D.C.
Ambos
aceitaram a execução com fé, serenidade, coragem e dignidade.
Anos
depois, o imperador Constantino, que confirmou o Cristianismo como
religião oficial de Roma, ordenou que os restos mortais de Cipriano
fossem sepultados na Basílica de São João Latrão, em Roma; na
catedral do Papa.
É
lá, na mãe de todas as igrejas do mundo, que Cipriano, santo e
mártir, encontrou seu eterno repouso.
Todo
percurso de São Cipriano é um verdadeiro hino à vida no esplendor
de sua existência: do diabo à DEUS, dos demônios aos anjos, da
feitiçaria à fé cristã, da magia negra à magia branca, do pecado
à virtude, da luxúria à santidade, da riqueza à pobreza, do poder
ao martírio; de tudo São Cipriano mergulhou, estudou e viveu.
Se
alguém é digno de um percurso existencial completo e enriquecedor,
esse santo assim representa a humanidade no que há de mais
controverso e polêmico. Em São Cipriano a própria noção
de evolução espiritual através da profunda vivência nas mais
diversas realidades espirituais; do mais profano excesso à mais
sacrificada ascese; encontra corpo na vida e obra desse feiticeiro e
mártir.
A
História está repleta de santos que foram pecadores e de pecadores
que se tornaram santos.
São
Cipriano mais do que um exemplo é representante do que pode alcançar
a natureza humana em sua complexa extensão; de pecador dedicado à
feitiçaria, tornou-se santo na mais devota assunção do termo.
Muito
mais que um feiticeiro ou um santo, Cipriano simboliza o mais
íntimo da natureza humana em sua ampla dualidade.
Oração
de São Cipriano
São
Cipriano, São Cipriano! Vós, que depois de terdes praticado
malefícios e feitiçarias, aprendestes com Santa Justina que o sinal
da cruz e a invocação da Virgem Maria tinham mais poder do que a
vossa magia, e por isto, tivestes a coragem e a humildade de trocar a
prática dos malefícios pela religião católica, fortalecei minha
fé, para que, diante de qualquer ataque do inimigo, eu possa
responder tranquilamente:
“Se
DEUS está comigo, quem estará contra mim?”
“O
Senhor é minha luz e minha salvação; a quem poderia eu temer?”
“O
Senhor é o baluarte de minha vida; perante quem tremerei?”.
Creio
no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na Comunhão com os
Santos, no perdão dos pecados, na ressurreição dos mortos, na vida
eterna.
Amém.
São
Cipriano, protegei-nos!
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