São Domingos
8 de agosto
Domingos de Gusmão nasceu em Caleruega, província de Burgos, na Espanha, em 1170. Seu pai, Félix de Gusmão, pertencia a uma família espanhola de alta linhagem. Aos 6 anos foi confiado à direção de um tio, reitor de uma igreja em Gumyel, aprendendo, além das primeiras letras, os serviços religiosos. Terminado esse curso, foi enviado para Valência, onde estudou filosofia, teologia e retórica. Cônego regular em Osma, percorreu várias cidades da Espanha pregando a palavra de Deus, porém em 1203 teve que acompanhar o bispo Diego de Acevedo à Dinamarca. Ao voltar, foi enviado pelo papa Inocêncio III ao Languedoc, a fim de debelar a heresia dos albigenses, cujos sectários queimavam as igrejas, profanavam as imagens dos santos e perseguiam os católicos, espalhando o terror no sul da França. Tropas chefiadas pelo conde Simão de Montfort foram enviadas contra eles, mas São Domingos acreditava que as pregações seriam mais eficientes que a violência. Fez do mosteiro das monjas que fundara em 1206 o centro da pregação santa contra os heréticos.
Para melhor combater os albigenses, resolveu fundar, em Toulouse, uma ordem religiosa que, além de pregar a doutrina cristã, daria como exemplo uma vida de austeridade e penitência. Em companhia do bispo, foi à Roma pedir a aprovação do papa para a nova congregação. Este, porém, aconselhado pelos padres da Igreja, negou-lhe o pedido. Contam que Inocêncio III teve uma visão, igual à que tivera São Francisco, na qual o monge sustentava sobre os ombros os muros vacilantes da Igreja de São João de Latrão. Não querendo contrariar a obra do santo frade, prometeu expedir a bula, assim que ele adotasse uma regra da ordem já aprovada pela Igreja. São Domingos decidiu-se pela Regra de Santo Agostinho, acrescentando mais alguns itens, como o jejum e a pobreza.
A Ordem dos Pregadores (Dominicanos – cães do Senhor) foi aprovada em 1216 pelo papa Honório III, tendo como superior o próprio Domingos de Gusmão.
Interessante é que antes mesmo de Domingos nascer sua mãe, Joana de Aza, sonhou com um cão, que trazia na boca uma tocha acesa da qual irradiava grande luz sobre o mundo. Mais do que um sonho, foi uma profecia, pois Domingos, de estatura mediana, corpo esguio, rosto bonito e corado, cabelos e barba vermelhos, olhos luminosos, não fez outra coisa senão iluminar todo o seu tempo e a Igreja com a luz do Evangelho de Cristo.
Graças à generosidade do bispo de Toulouse, pôde construir naquela cidade o primeiro convento dominicano. Pondo em prática uma doutrinação pacífica, aliada a uma vida austera e à sua eloqüência, conseguiu eliminar a heresia e trazer novamente as almas ao seio da Igreja, já que os hereges ao se depararem com a verdadeira pobreza de São Domingos (que, ao lado de São Francisco de Assis, marcou o século XIII com sua santidade vivida na mendicância, desapego material e total abandono em Deus), aderiram a fé propagada pelo santo que na mendicância, amor e propagação do Rosário da Virgem Maria levava toda a comunidade à Véritas, a verdade libertadora.
Soube conciliar o sacerdócio com a vida comunitária, a divulgação da doutrina religiosa e a devoção ao Rosário de Nossa Senhora, que logo se estendeu por diversos países da Europa.
Faleceu em Bolonha, em 8 de agosto de 1221, e foi canonizado pelo papa Gregório IX, em 1234.
Foi o grande propagador da oração do rosário, que segundo a tradição lhe foi ensinada pela Mãe de Deus quando, desanimado com a má vontade dos homens, passava as noites ao pé do altar, implorando auxílio divino. Geralmente é representado recebendo de joelhos o rosário que lhe é oferecido por Maria Santíssima, sentada numa cadeira e tendo o Menino Jesus ao colo.
Nas imagens em que ele aparece só, veste o hábito dos dominicanos, segura com a mão esquerda um livro, representando o regulamento da ordem que fundou, e um rosário, e na direita, um ramo de lírios.
São Domingos é venerado também nas igrejas dedicadas à Nossa Senhora do Rosário.
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